terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Cidadania e profissionalidade 2


Mulher Famosa
Maria Eva Duarte de Perón, conhecida como Evita, província de Buenos Aires, 7 de Maio de 1919- Buenos Aires Capital da Argentina. Tornou-se primeira-dama da Argentina quando o general Juan Domingos Perón foi eleito presidente.
Maria Eva Duarte, nasceu pobre, viveu com bastante dificuldade principalmente durante toda a sua infância, o apoio que teve nesse período, foi praticamente de sua mãe, também não lhe podia dar muito, porque os seus recursos eram poucos a sua profissão era costureira, tinha a seu cargo para além de Eva mais cinco filhos. Ainda por cima era amante de um homem, que tinha outra família, legítima, com mais seis filhos. Eva viu ainda a situação mais agravada quando seu pai registou todos os filhos bastardos que teve com a sua mãe, com excepção dela. Muitos historiadores relacionam esse fato, como uma grande frustração que ela sentiu por esses condicionantes psicológicos que a levaram a buscar afirmação e sucesso na vida. Depois da morte de seu pai. A sua mãe parte com ela os seus irmãos, para a cidade de Junin, uma cidade da província de Buenos Aires, para fugir das humilhações da condição de amante. Eva, estava com 11 anos nessa altura. Na nova escola sentiu o mesmo preconceito que tinham sobre ela por ser filha ilegítima sentia-se desprezada por todos, os colegas de escola, estes não tinham a permissão de a acarinhar, devido a sua origem. Enquanto as suas irmãs progrediam bem socialmente. Não foi pelas coisas negativas que passou que estava passar se deixou ir abaixo, ela dizia para ela própria que ainda iria ter sucesso, que ainda havia de casar com um príncipe ou um Presidente.
Eva, sonhava em ser artista, uma estrela do teatro ou do cinema, sentia uma verdadeira paixão por uma actriz norte-americana, que era o modelo de mulher e de artista desde a sua infância. Assistia dezenas de vezes nos filmes no cinema na sua cidade e jurava para ela, que ainda iria ter uma casa com telefones brancos e lençóis de cetim, como a sua actriz preferida, tinha nos filmes.
Eva decidiu tentar a vida no mundo do espectáculo.
Aos 15 anos, de 1935, ela partiu para a capital, Buenos Aires, com o seu irmão, Apelidada de "Paris da América do Sul", a cidade tinha sido arruinada pela crise mundial de 1929-30 e dependia das exportações de carne e de trigo, Eva, pálida e morena, batia incansavelmente às portas dos teatros. Seu único trunfo, a obstinação ela não tinha grande coisa a oferecer. Sem real talento artístico nem extraordinária beleza, ela era ignorada, as humilhações que viveu, somaram-se outras. Histórias bastante banais: directores que exerciam a sedução, amantes de algumas horas. A mãe e as irmãs, que lhe suplicavam a volta para casa, ela respondia sempre da seguinte maneira “Primeiro, a celebridade”.
Passado de um ano estreou-se no primeiro filme, com um papel secundário, graças ainda à custa do dono da revista. Deu a conhecer ao mundo artístico argentino a total falta de talento para a carreira de actriz no cinema.
Mas foi na relação com este mundo que ela teve a grande oportunidade de conhecer um coronel chamado Juan, que exercia o papel de vice presidente da República e Ministro da Guerra e Chefe da Secretaria de Trabalho e Provisões, que na altura organizou em Buenos Aires, um evento artístico para angariar fundos para as vítimas de um terramoto.
Eva, que nessa época já tinha um programa de rádio onde declamava versos, participava de rádio-novelas e falava sobre a biografia de mulheres famosas, foi ao evento acompanhada de uma amiga com quem dividia um quarto. No evento Eva se aproveitou de um ligeiro descuido de uma outra actriz principiante que se sentava ao lado do Coronel na primeira fila de cadeiras. Ela precisou de se levantar e Eva sentou-se ao lado da cadeira, onde o vice-presidente se encontrava.
Encantada por ter ao seu lado um homem charmoso envergando um uniforme militar branco, ficando um pouco trémula, mas muito segura de si mesmo para ter a coragem de lhe dizer a seguinte frase que provavelmente tenha servido para mudar a história da Argentina, para os futuros 40 anos:"-Coronel, obrigada por existir.”
Em 1944 conheceu Juan Domingos Perón, No ano seguinte, Perón foi preso por militares descontentes com sua política, voltada para a obtenção de benefícios para os trabalhadores. Evita, então apenas a actriz Eva Duarte, organizou comícios populares que forçaram as autoridades a libertá-lo. Pouco depois se casou com Perón, que se elegeu presidente em 1996.
Famosa por sua elegância e seu carisma, Evita conquista para o peronismo o apoio da população pobre, na maioria migrantes de origem rural a quem ela chamava de "descamisados".
O mais impressionante na história da vida de Eva foi o caminho meteórico que ela percorreu na vida pública. Entre a total obscuridade ao mais absoluto resplendor pessoal e político da vida e em seguida a morte, tudo ocorreu em apenas 7 anos. Nesse curto período ela saiu do anonimato para se tornar uma das mulheres mais importantes e poderosas do mundo. Na breve existência (morreu aos 33 anos de idade) há muitos mistérios, muitos fatos obscuros mas há principalmente uma personalidade tragicamente marcante.
Em determinado momento, fruto de criação da actriz Eva Duarte, surgiu a personagem "Evita". A própria Eva tinha consciência da existência autónoma de sua personagem, que ela transformou quase numa segunda personalidade. Assim Eva Péron se refere a Evita:
Valendo-se do seu carisma sexual, Evita mantinha controle sobre uma rede de homens em postos estratégicos no regime de seu marido. E castrou, direta ou indiretamente, muitos revoltosos. Os adversários eram torturados com choques elétricos nos genitais, que os deixavam impotentes. Ela também assumiu a responsabilidade direta pela castração de líderes rebeldes…
Morreu aos 33 anos, de Câncer Uterino. Embalsamado, seu corpo ficou exposto à visitação pública até ao dia em que o golpe de estado derrubou Perón em1995, seu cadáver foi roubado e enterrado em Milão, Itália. Dezasseis anos mais tarde, em 1971, o corpo foi exumado e transladado para Espanha. Ali foi entregue ao ex-presidente Perón, que vivia exilado em Madrid. Para muitos, Eva Perón foi, na verdade, a única voz retumbante no coração do povo pobre e trabalhador da Argentina; foi, para os miseráveis, a única referência confiável e capaz de unir, se quisesse, com um gesto apenas, todas as vontades em uma só, todas as vozes em uma só, a voz do povo explorado e espoliando pela classe rica e insensível às suas necessidades mais elementares. Para esses adoradores, este milagre, só Evita conseguiu operar.

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