quarta-feira, 17 de junho de 2009

CO2 Ciência Tipo III

CO2. Clima
Ciência -Tipo III
Devido há flexibilidade extrema, o carbono é o componente supremo de toda a vida da terra. Forma a espinha dorsal de tudo, desde os hidratos de carbono, proteínas e lípidos, até às folhas, madeira, ossos, pele e cabelo.
Umas das consequências é que quando queimamos alguma matéria que em tempos esteve viva libertamos o carbono que ela continha, normalmente sob a forma de dióxido de carbono. É o que acontece quando queimamos petróleo, carvão e gás natural. Estes três são conhecidos como «combustíveis fósseis» porque são, literalmente, restos fossilizados de animais e plantas que viveram há muitos milhões de anos e estiveram, até ao início da Revolução Industrial, aproximadamente em 1850, muito bem enterrados no solo.
O dióxido de carbono que os animais respiram, é assimilado pelas plantas, que o utilizam para formar os seus corpos, fornecendo-nos os alimentos que completam o ciclo. Assim várias quantidades de CO2 passam diariamente pela atmosfera de uma forma perfeitamente natural. Queimar madeira, culturas e tudo o resto que já esteve vivo também liberta dióxido de carbono para a atmosfera, mas o carbono no interior da madeira esteve no ar há relativamente pouco tempo, provavelmente há apenas algumas décadas, antes de a árvore o absorver e converte-lo em tronco e ramos. Ao queimarmos a madeira, estamos a colocar de novo aquele mesmo dióxido na atmosfera. Ao longo prazo, nada muda. De modo semelhante, quando respiramos, libertamos dióxido de carbono que foi, provavelmente, utilizado no ano anterior ou dois anos antes para fazer a nossa comida. Uma vez mais, a soma é zero.
Porém, quando queimamos uma coisa que esteve enterrada e, por conseguinte, afastada do ar durante centenas de milhões de anos, há uma diferença importante. Ao queimaremos combustíveis fósseis estamos a bater no reservatório antigo e fundo que foi selado há muito tempo e, desta forma, a alterar drasticamente o equilíbrio do ar.
Houve ocasiões no passado em que os níveis de dióxido de carbono foram, muito mais elevados, mas muito antes de existir seres vivos na terra.
Sabemos isto porque, graças a uma aplicação milagrosa da ciência e do engenho, estudou pedaços de ar antigo da Antárctida, onde as temperaturas geladas durante o ano inteiro significam que a neve que caiu há centenas de milhares de anos continuam ali até aos nossos dias. Foi enterrada por camadas subsequentes, por isso foi necessário cavar muito fundo para encontrar a neve verdadeiramente antiga, que foi desde então esmagada e transformada em gelo. Investigadores, perfuraram um núcleo cujo gelo remonta a cerca de 400 000anose e outra ainda mais antiga, com cerca de 8000 000 anos. No interior deste gelo antigo existem minúsculas bolhas de ar que ficaram presas quando a neve caiu.
Os cientistas analisaram essas bolhas para verificar o teor de dióxido de carbono e metano que elas contêm. Os resultados mostram que durante longos períodos de tempo os níveis de dióxido de carbono foram subindo e descendo naturalmente. Durante os períodos glaciares, o dióxido de carbono tende a ser bastante baixo. Durante períodos mais quentes, o dióxido de carbono sobe. Todavia, não existe um único momento nos últimos 650 000 anos em que o dióxido de carbono tenha estado tão elevado como actualmente.
À medida que o século foi avançando, e queimámos cada vez mais combustíveis fósseis, o dióxido de carbono subiu como uma serpente malévola.
Durante os períodos glaciares, o dióxido de carbono recua para cerca de 180-190 ppm.
Nos períodos intermédios mais quentes, nos quais o nosso clima actual se engloba, o dióxido de carbono sobe, tipicamente, até valores na ordem dos 290.
Desde o ponto mais frio do último período glaciar, há cerca de 20 000 anos, até 1900, os níveis situam-se numa média saudável entre 260 e 290 ppm22.
Porém, ao longo do tempo, o nível disparou para cerca de 383 ppm em 2007.A atmosfera planetária contém agora um nível de dióxido de carbono que é quase 405 mais elevado do que os seus valores «naturais» pré – industriais, e que continua a subir entre 2 e 3 ppm por ano.

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