segunda-feira, 9 de novembro de 2009

As migrações - Ciência - Tipo – III


A opinião de alguns autores, segundo um estudo feito em anatídeos. A Caça tem constituído um dos principais problemas, que estas aves têm que enfrentar. Nos Estados unidos da América calcula-se que, nas duas últimas duas décadas, tenham sido abatidas cerca de 20 milhões de aves por ano e 11 milhões na Europa. Pensa-se em todo o planeta são abatidas anualmente 100 milhões de anatídeos o que de tal facto representa um número astronómico. Também nos E. U.A. estima-se que, no final de cada época, 20% a 35% das aves sobreviventes sofreram algum tipo de ferimento.
A actividade cinegética tem incidências indirectas igualmente graves. A maior parte dos anatídeos começa a apresentar níveis preocupantes de envenamento por ingestão de chumbo de caça. Pensa-se que 10% dos anatídeos que frequentam áreas tradicionais de caça sucumbam devido ao saturismo. Na Cambarge (extensa zona húmida do sul de França), descobriram-se grãos de chumbo em 60% dos estômagos analisados. Pelo facto destes animais ingerirem matéria de difícil digestão (sementes), necessitam de incorporar periodicamente areia grosseira que contribui para a trituração do material celulósico. Em certas condições, a aves precisam de efectuar deslocações mais ou menos pronunciadas entre a área de alimentação e os locais fornecedores de água doce e areia. Muitas vezes, em zonas tradicionalmente frequentadas por caçadores, ingerem juntamente com a areia chumbos de caça o que conduz ao seu envenenamento já que o chumbo é extremamente tóxico (saturismo). Pensa-se que o saturismo deverá afectar uma significativa proporção de anatídeos a nível mundial.


Por estas razões, a Comunidade Europeia deverá, a prazo, proibir o uso do chumbo na prática cinegético.
Para além das actividades cinegéticas, as ameaças que incidem sobre os anatídeos são vários e quase todas elas directa ou indirectamente causadas pelo homem.Enumeraram-se a seguir as principais: cabos de transporte de energia eléctrica (provocam a morte por colisão), derrames de petróleo nas áreas costeiras (provocam a morte por afogamento, falta de isolamento térmico, etc.,), contaminação de zonas húmidas por pesticidas e drenagem de zonas húmidas ou alteração radical das mesmas.


As utilizações do domínio hídrico que podem intercalarem com as gestões dos recurso aquícolas:

INDÚSTRIA – Captação de água e lançamento de efluentes industriais;
SISTEMA DE SANEAMENTO BÁSICO – Efluentes doméstico;
CONSUMO DOMÉSTICO – Captações de água;
NAVEGAÇÃO – Em particular os desportos náuticos a motor nas albufeiras;
EXTRAÇÃO DE ENERTES – Impactes severos, em parte nos migradores;
OBRAS HIDRÁULICAS - Tais como aproveitamento hidroeléctricos, hidroagrícolas, de fins múltiplos e construções com fins diversos, nomeadamente canais, açudes e pontes.

MINIMIZAR OS IMPACTES DE OBRAS HIDRÍCAS E OUTROS UTILIZAÇÕES DO DOMÍNIO HÍDRICO:
Promover a instalação de passagens para peixes, manutenção de caudais ecológicos e outras medidas mitigadoras;


OUTROS ANIMAIS QUE SOFREM COM A INTERVENÇÃO HUMANA
A FOCA- DA-GRONELÂNDIA (Phoca Groenlândia) – Vive um pouco por todo o lado atlântico Norte e Árctico, mas tem uma expressão prevalecente nas costas orientais do Canadá. Durante milhares de anos a foca forneceu roupa e comida a esquimós e outros povos indígenas mas este equilíbrio quebrou-se quando os europeus invadiram aquelas paragens e começaram a matar focas aos milhares para alimentar uma indústria de peles em expansão. Até meados do século passado o número de focas foi decrescendo. (Nos anos 1970 existiram cerca de dois milhões de indivíduos).
Depois começou a perceber-se que esta tem um apetite voraz e, ainda por cima, que elegeu para pitéu principal uma espécie de peixe que o homem tanto aprecia – aquele que já foi apelidado pelos portugueses como o «fiel amigo», o bacalhau-do-atlântico (gadus morhua. Ou seja, a foca entrou para a lista de animais a refugiar não porque é um animal perigoso ou porque ocupa zonas onde se quer construir campos de golfe ou aparthotéis, mas apenas porque consome muito bacalhau e há pessoas que acham que os stocks de peixe não chegam para tanta boca. Os motivos do desaparecimento do bacalhau dos mares canadianos se deve mais ao exagero das frotas pesqueiras do que ao impacto da foca.

O LOBO – Com um território que ocupa quase todo o hemisférico norte, esta espécie é um adversário de longa data dos humanos, apesar de estar na origem do nosso melhor amigo. Mais uma vez a razão para o refugo é a competição pelo alimento – os humanos criam gado e o lobo, sem pedir autorização, vai cobrando algum imposto. Só que neste caso a culpa não é inteiramente do lobo porque ao invadirmos o seu território eliminamos todos os itens da sua dieta natural. Pois, colocamos nos mesmos lugares peças apetecíveis que em tudo se assemelham às presas que o instinto do lobo manda caçar. Não é, por tanto, de admirar que, de tempos a tempos, o animal não resista, pois o lobo também não é de ferro.
É por isso que o lobo é condenado à morte. Sem direito a recurso! Para o lobo há duas estratégias diferentes subsidiar as perdas em gado ou expulsar/matar os mais atrevidos. A ex-governadora do Alasca era muito a favor desta segunda hipótese e por isso pôs os seus capangas em helicópteros a perseguir tudo o que tinha pêlo e uns caninos mais aguçados. Em contras-te na Europa, preferiu-se a ideia da compensação, mas mesmo esta parece ter limites. Que digam os três lobos que as autoridades suíças se preparam para matar com a justificação de que já comeram mais do que o seu quinhão de ovelhas. Sendo suíços as contas estão muito bem-feitas – um lobo que mate do que 25 cabeças de gado num mês ou mais de 35 numa estação é condenado há mortes. Sem direito a recurso.
Refugar três lobos poderá não parecer muito dramático, tendo em conta os preguitos causados, mas devemos lembrar-nos de que a população de lobos suíços já extingui por uma vez e que, depois da reintrodução, não deverá haver mais de seis ou sete a circundar aquelas montanhas. Ou seja, ao matar três provavelmente estar-se é a condenar o lobo suíço novamente à extinção

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